7 curiosidades de Cusco que vão te surpreender

Detalhes da cidade peruana que mesmo quem visitou não conheceu



Você já viajou para Cusco e se encantou com essa acolhedora cidade que é ponto de partida para explorar Machu Picchu e o Vale Sagrado? Se a resposta é sim, então você não se deu conta de coisas curiosas que estavam bem de baixo do seu nariz. Veja abaixo 7 curiosidades sobre a cidade peruana:



1) O CRISTO NEGRO

Entre os tesouros da Catedral de Cusco está o Cristo Negro, cujo culto começou em 31 de maio de 1650. Naquele dia, um forte terremoto sacudiu a cidade. Temendo o pior, um grupo de crentes tomou esta imagem de Cristo na rua. A terra então parou de tremer e é por isso que a partir daquele dia a esta figura é conhecida como o Senhor ou Taytacha ("Pequeno Pai") dos terremotos.


Mas por que essa imagem de Jesus é negra? Diz-se que isto é devido à fumaça das velas que o transformaram ao longo de centenas de anos, e foi lentamente escurecendo. Hoje ele pode ser visto no interior da Catedral da cidade, só saindo de lá para procissão de Páscoa.


2) A SANTA CEIA DE CUSCO

O quadro A Última Ceia que se encontra na Catedral de Cusco foi pintado pelo artista cusquenho Marcos Zapata em meados de século XVII. Existem 3 detalhes desta peça que chamam a atenção. Primeiro, o menu do jantar: o prato que Jesus e seus 12 apóstolos estão prestes a degustar é um Cuy Peruano, pequeno roedor cujo consumo é muito típico nas montanhas do Peru.


Outro detalhe é que Judas Iscariotes foi retratado por Zapata com o rosto de Francisco Pizarro olhando para a frente. Finalmente, é curioso notar que a imagem de Jesus está representada em dose dupla no quadro: como o personagem central da ceia e também na janela localizada do lado esquerdo, onde se pode vê-lo à distância, já crucificado. Definitivamente, "A Última Ceia" da Catedral de Cusco é um trabalho sui generis!


3) A VIRGEM DO LEITE

Uma dos mais estranhos quadros encontrados no interior dos templos, conventos e igrejas de Cusco é "La Virgen de la Leche". Esta pintura bem estranha, trabalho do artista cusquenho Ignacio Chacon, pode ser encontrada no Convento das Mercês, a uma quadra da Plaza de Armas de Cusco. 


A pintura representa um momento na vida de São Pedro Nolasco. Diz a lenda que a este homem de barba branca apareceu a virgem carregando o menino Jesus nos seus braços. Jesus então convida o santo para compartilhar o leite de sua mãe, e ambos mamam juntos nos seios da Virgem Maria.


4) A BANDEIRA TAHUANTINSUYO

A maioria dos viajantes que chegam em Cusco se surpreendem ao descobrir a bandeira do orgulho gay içada em muitos lugares da cidade. Desconhecem apenas que ela é de fato a bandeira de Tahuantinsuyo. Para celebrar os 25 anos de sua fundação, a Rádio Tahuantinsuyo criou, em 1973, uma bandeira multicolorida e propôs instaurá-la como a verdadeira bandeira do império inca. Foi só em 1978 que a cidade de Cusco "comprou" a idéia da estação, reconhecendo a bandeira como a bandeira oficial do Tahuantinsuyo.

Bandeira Tahuantinsuyo         Bandeira da comunidade gay

A semelhança com das cores das duas bandeiras é mera coincidência. Os incas nunca tiveram uma bandeira na verdade, pois isso não existia no continente antes da chegada dos europeus. O mais curioso é que também em 1978, o ex-soldado americano Gilbert Baker criou a bandeira do orgulho gay. Ele era um ativista do movimento pelos direitos dos homossexuais na Califórnia, Estados Unidos. 


5) O DIA DAS ESPOSAS

A cada dia 23 de fevereiro se celebra esta estranha e revolucionária festa, onde as mulheres se vingam por dezenas de vezes que seus maridos chegaram em casa bêbados durante o ano. Naquele dia, as "esposas" são autorizadas a beber até cair.


Esta tradição veio de Espanha e foi herdada pelos índios Quechua e Aymara, do Peru e da Bolívia. Em Cusco, o cenário desta "bomba" coletiva são as ruas e os mercados da cidade. "Saúde para eles!" é a saudação.


6) BRICHERO: A ARTE DE CONQUISTAR GRINGAS

Os ''bricheros" nasceram em meados da década de 70, quando Cusco ainda não era a cidade turística como hoje. É dado o nome de "bricheros" aos nativos que usam seus encantos para atrair e namorar turistas estrangeiras e, em alguns casos, garantir o seu sustento por um tempo, graças aos dólares e euros que elas trazem, ou até mesmo se estabelecer em outro país.


O que não está claro é de onde a palavra "brichero" vem. Acredita-se que a sua origem está na palavra "bridge", que significa "ponte". Nesse sentido, a "gringa" conquistada passa a ser sua "ponte" para os Estados Unidos ou Europa.


7) OROPEZA, TERRA DE PADEIROS

Diz a lenda que o vice-rei Toledo mandou fazer testes para o plantio de trigo na aldeia de Oropeza, localizada a 24 km ao sudeste de Cusco. Vendo que este produto se desenvolvia bem naquelas terras, decidiu converter a população em padeiros. Hoje, é provável que seja o povoado de padeiros mais famoso do Peru.


"La Chuta" é o pão mais popular na aldeia. É grande e, como parte de sua preparação, são fermentados em "Chicha de Jora", o que dá um sabor especial. Vale a pena visitar este povoado padeiro e provar uma "chuta" recém saída do forno, você não vai se arrepender.


Você conhecia alguma dessas curiosidades sobre Cusco?



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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.